MANUTENÇÃO FORA DO PRAZO: SAIBA QUAIS SÃO OS EFEITOS

MANUTENÇÃO FORA DO PRAZO: SAIBA QUAIS SÃO OS EFEITOS

Você tem o costume de realizar as revisões periódicas dentro do prazo? E obedecer às quilometragens específicas para a verificação de alguns itens? Caso tenha respondido não para as duas questões, saiba que seu veículo corre riscos que podem render desde uma visitinha à oficina ao uma enorme (e cara) dor de cabeça

Primeiramente, é fundamental que se fique atento ao que a própria montadora do veículo estipula. “Cada marca possui um plano de revisão programada, geralmente a cada 10 mil km. Já nos casos de veículos de uso pesado ou aqueles com pouco uso, como os utilizados somente aos fins de semana, os fabricantes recomendam uma troca de óleo em períodos inferiores, geralmente com 7 mil km”, explica o diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Marcus Vinicius Aguiar.

Para ajudar o motorista a se lembrar de tantos detalhes, o Grupo de Manutenção Automotiva (GMA), órgão que reúne as principais associações e sindicatos do setor de reposição, lançou o aplicativo “Carro 100%”. Disponível para Android e iOS, ele auxilia a verificar a hora certa para revisão de itens relacionados à segurança, economia e meio ambiente. “O sistema permite que o motorista receba medalhas, conforme ele faz a revisão necessária e atualiza o aplicativo, podendo compartilhar esses resultados em redes sociais”, diz o coordenador do GMA, Elias Mufarej.

 

Amortecedores

Quando: De modo geral, a revisão desse item é feita a cada 10 mil km, embora a quilometragem seja sujeita a alterações. “É importante ressaltar que o período pode variar de acordo com as condições de uso do automóvel. Veículos que trafegam em estradas bem pavimentadas tendem a apresentar menor desgaste comparado com os que circulam por pistas irregulares”, afirma o coordenador de Treinamento Técnico da Monroe, Juliano Caretta.

Sinais de problemas: Com os amortecedores desgastados, o motorista vai notar ruídos na suspensão, solavancos e balanços excessivos. Outro sinal de que o carro precisa ser revisado é a falta do contato permanente dos pneus com o pavimento. Nesta situação, os pneus ficam pulando durante a movimentação do veículo.

Efeitos da revisão fora de hora: Amortecedores desgastados podem comprometer a capacidade de frenagem, exigindo até 2,5 metros a mais de distância necessária para frear, a uma velocidade de 80 km/h. Maior risco de aquaplanagem em pistas molhadas e perda de estabilidade, causando falta de controle, principalmente em curvas e em pistas mal pavimentadas. As trepidações na carroceria também aumentam, gerando grande desconforto e elevando o nível de cansaço do motorista em mais de 25%.

Velas de ignição

Quando: É importante observar que para os carros que trafegam em grandes centros urbanos há a recomendação de cortar o plano de manutenção pela metade por se tratar de condição de uso severo. “Neste caso se há a recomendação de troca de velas a cada 20 mil km, o ideal é que a substituição aconteça a cada 10 mil km”, ressalta o técnico da Assistência Técnica da NGK, Hiromori Mori.

Sinais de problemas: aumento no consumo de combustível ou elevação dos níveis de emissões de poluentes. “Quando desgastadas, prejudicam muito o desempenho, o motor perde potência e, na maioria das vezes, pode-se perceber a falha de um ou mais cilindros”, reforça o engenheiro de produto da Continental, Marcelo Vieira de Jesus.

Efeitos da revisão fora de hora: Excesso de desgaste que compromete todo o sistema de ignição provocando falhas e podendo danificar outros componentes como os cabos de ignição, tampa do distribuidor e transformador (bobina). O combustível não queimado irá contaminar o meio ambiente, provocando aumento dos níveis de poluição e do consumo de combustível, podendo danificar o catalisador e contaminar o óleo lubrificante do motor em casos mais extremos.

Troca de óleo

Quando: Em geral, a troca é de o óleo é feita a cada 5 mil km (para os minerais) e 10 mil km (sintéticos). “Mas é importante consultar o manual do fabricante para verificar a recomendação, que pode variar de acordo com a marca e modelo”, lembra o diretor do Sindirepa, o sindicato das reparadoras, Antônio Gaspar de Oliveira.

Sinais de problemas: Manchas de óleo na garagem. Geralmente o problema começa com pequenos pingos que vão aumentando, deixando marcas cada vez maiores no local onde o carro fica estacionado. Já quando sai fumaça branca do escapamento, é sinal de óleo queimado.

Efeitos da revisão fora de hora: Aumento do vazamento, que pode afetar o funcionamento do motor. Isso ocorre porque a perda constante que forma as machas no chão reduz o nível do óleo no motor que, por sua vez, funcionará em condições desfavoráveis, prejudicando o seu desempenho.

Bateria

Quando: De acordo com Oliveira, as fabricantes do item oferecem de um a dois anos de garantia. “Pela legislação são concebidos três meses de garantia”, completa.

Sinais de problemas: Os motoristas devem ficar atentos às luzes do painel do automóvel, que indicam qualquer anomalia na parte elétrica e no alternador ou no sistema de alimentação. As luzes sempre avisam quando ocorre algum defeito que impedirá o carregamento adequado da bateria.

Efeitos da revisão fora de hora: A bateria pode descarregar com mais facilidade quando o veículo roda pouco, por isso, é importante sempre ligar o carro se ele fica parado durante a semana ou roda pouco. “Em casos mais severos, o veículo simplesmente não liga”.

Sistema de freios

Quando: Geralmente é verificado durante o plano de revisões programadas, ou seja, a cada 10 mil km.

Sinais de problemas: “Ter de pisar mais forte do que o habitual ou sentir o pedal do freio baixo, por exemplo, mostra que as pastilhas estão desgastadas”, detalha Jesus. O gerente de qualidade e serviços da Nakata, Jair Silva, complementa que há também “perda da eficiência na frenagem bem como ruído nas pastilhas e lonas, diminuição do nível do fluido, trepidação e ineficiência do freio de estacionamento”.

Efeitos da revisão fora de hora: desgaste prematuro das peças, comprometendo o funcionamento adequado do sistema e até a perda total do freio. Pastilhas e lonas gastas provocam desgaste prematuro e diminuem a espessura dos discos e tambores, resultando em empenamento ou até quebra numa freada brusca.

Faça você mesmo

Os especialistas lembram que o bom funcionamento do veículo vai muito além de uma leitura minuciosa no manual do proprietário. O uso precisa ser balanceado, ou seja, nem muito severo, nem pouco frequente. “O uso constante mantém o veiculo em boas condições, seja pelos elementos mecânicos com lubrificação, fluidos, deterioração do combustível, limpadores de parabrisa, ar condicionado, pneus, suspensão e demais sistemas”, fala Aguiar.
Ainda de acordo com os especialistas consultados, é importante efetuar todas as revisões em um mesmo mecânico, pois além de contar com o histórico do veículo, ele pode alertar para o momento das próximas.
Por fim, use e abuse da atualidade. Além de aplicativos, os veículos mais novos passam a contar cada vez mais com tecnologia embarcada. “Os clusters modernos, que têm a função de transmitir as informações do veículo para o usuário através do display TFT, alertam para a revisão de alguns itens”, ressalta Jesus.

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Fonte: https://revistaautoesporte.globo.com/Servico/noticia/2015/07/manutencao-fora-do-prazo-saiba-quais-sao-os-efeitos.html

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